segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Douro e a colecção Berardo

Ora, hoje apeteceu me mandar mais umas postas de pescada... aqui vão elas:

Hoje, andava eu nas minhas lides profissionais quando ouvi um resumo da entrevista que foi dada pelo presidente da Casa de Serralves, António Pinho. Mais ou menos o que ouvi, pode ser encontrado transcrito no sitio da Radio Renascença:

"Hoje[11/02/07], o “Diga Lá, Excelência...”, programa da Renascença e “Público”, entrevistou António Gomes de Pinho, presidente da Casa de Serralves.

Para aquele que foi um dos fundadores do CDS, Gomes de Pinho afirma que já não tem qualquer ligação ao partido, pois é hoje completamente diferente do seu tempo e distingue-se como um "viúvo da política".

Para o ex- secretário de Estado da Cultura, Portugal devia apostar nas industrias criativas, que não exigem muito capital, ou seja, investir nos talentos como se aposta nas energias renováveis.

Sobre o negócio realizado entre o Estado e Joe Berardo, Gomes de Pinho refere que o coleccionador fez um bom acordo, mas refere que não faz sentido o Estado gastar 300 milhões de euros numa colecção daquelas, até porque há outras formas de ter acesso à arte sem grandes custos.

Gomes de Pinho confirma ainda que Serralves está a negociar o depósito, em Portugal, e de graça, de uma colecção americana muito importante - não referindo qual.

Fazendo uma comparação entre a colecção Serralves - avaliada em 54 milhões - e a de Berardo - avaliada em 300 milhões - , Gomes de Pinho diz que a de Serralves não foi avaliada por uma leiloeira (a de Joe Berardo foi avaliada pela Christies), que os museus não compram em leilões e que a colecção Berardo não tem uma lógica de museu.

Por fim, o presidente de Serralves propõe a criação de um fundo de investimento para a cultura financiada por mecenas, pelo Estado e pela taxação das mais valias.

António Gomes de Pinho foi entrevistado pelos jornalistas Dina Soares, da Renascença, e Manuel de Carvalho, do “Público”.

O “Diga Lá Excelência”, um programa da direcção de Informação da Renascença, em colaboração com o “Público”, pode ser lida na edição de hoje do diário e vista logo à noite no canal de televisão “Dois”.

RR"

O que me chama a atenção disto é o facto de o Governo estar disposto a dar 300 milhões de euros, por uma colecção que pouco ou nada tem a haver connosco. É acima de tudo um negócio dúbio, a meu ver, que serve os interesses de poucos e pouco valor acrescentado trás ao nosso país, seja monetariamente seja socialmente ou até culturalmente!

Por outro lado, a ministra da Cultura falou em reactivar o troço de linha Pocinho - Barca de Alva, o que custaria algo como 11 milhões de euros para reabrir a linha preparada para 80 km/h, que é o máximo que o traçado e o interesse turístico permitem (vão me perdoar mas só um tolo pensaria em reabrir a linha com armação para 30 km/h, o que custaria 4,5milhoes!). Claro que houve logo alguém que veio desmentir isso...

Que escandaleira, gastar um balúrdio desses num troço de linha, cuja reactivação é praticamente consensual entre agentes económicos, políticos locais e regionais (e pelos vistos até alguns nacionais), trará benefici9os económicos a uma região votada ao abandono, onde a agricultura vai dando emprego a poucos e o turismo é uma mina de ouro inexplorada em grande parte do seu potencial....

Seja, compre-se a colecção Berardo, a bem da Nação!

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Patacôncio por onde andaste ?
Nem um postalinho, não disseste nada este tempo todo!

11:00 da manhã  
Blogger Patacôncio said...

Nós os capitalistas somos assim... passeamos muito :-)

10:53 da tarde  

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