Bastão Piloto...Rodoviário

Como todos sabemos, o caminho de ferro em Portugal, ainda está na sua fase descendente, tal qual esteve na Europa, até há uns anitos. Com o tempo a coisa certamente há de passar, resta saber a que custo.
A única coisa certa que eu posso adiantar é que quantos menos disparates fizerem hoje menos custos teremos no futuro a recuperar. Contudo, como todos sabemos, o pessoal não está a ajudar nada!

O definhamento da rede é de tal ordem, que já nem linhas encontramos onde se use o bastão piloto como metodo de segurança da circulação.

Mas o que é um bastão piloto, perguntam voçês...

Ora, é nem mais nem menos que um objecto, regra geral cilindrico, que era usado como testemunho para garantir que no troço de via única inscrito no mesmo (tinha o nome das estações limites do troço onde era válido) apenas circulava um comboio de cada vez.
Grosso modo, sem o bastão piloto na posse do maquinista, nenhum comboio podia entrar no troço em questão. Assim era garantida a segurança (é óbvio que isto era um pouco mais complicado mas isso agora nao vem à questão). Podia também servir para partir os cornos a algum intrometido ou para ser enfiado pelo recto acima de algum incompetente que por ali andasse...

Contudo, foi com enorma alegria, que cá o Patacôncio, descobriu que afinal o Bastão Piloto vive e perdura, nas mãos de trabalhadores imigrantes que trabalham na eterna renovação da nossa rede viária!

No Verão passado, cá o Je, foi à praia ali para os lados da Lagoa de Albufeira...um esticão do paizinho para ter o prazer de andar meia hora à procura de lugar para estacionar e apanhar uns belos banhos de Sol

O percurso entre o a estrada de Sesimbra e a Lagoa estava em obras de alcatroamento mas aquilo era à bruta!
Um lado era alcatroado e o outro era usado para os carros passarem...so que esse troço tinha para ai 3 km! Tinhamos ali efectivamente uma via única rodoviária

E como se coordenavam os trabalhadores a cada ponta? Rádio? Semáforos? isso é para ricos...ali usava-se um raminho de arvore que era entregue ao ultimo carro a passar e que ao chegar ao outro lado do estrangulamento o entregava ao outro trabalhador, que assim sabia que podia mandar avançar os carros do lado dele!

Esta técnica, não é tão invulgar quanto isso mas é o suficientemente rara de encontrar (derivado à sua baixa necessidade e ao advento dos semáforos portáteis) para ser aqui comentada. Se há coisa que eu acho lindo no Homem, é que por vezes, para grandes males usam-se pequenos e simples remédios...a isso chama-se Engenho(coisa que muitos ENGENHeiros não têm...). Aliás, tenho dúvidas, que nos cursos de Engenheria se ensinem coisas simples como estas...se estiver enganado tanto melhor


Boa Noite...vou ver a novela