No interesse de Coimbra
Nas relações institucionais que tenho mantido com todos os governos a regra à qual tenho feito apelo é a que resulta de um princípio simples e sensato. Peço sempre que me digam o que podem e o que não podem fazer mas que não me enganem. Essa ideia de prometer e não cumprir, essa actividade insana de chegar a um qualquer município e anunciar para o dia seguinte o impossível creio já ter passado de moda. Sei que nenhuma saudade deixou aos cidadãos. Era a ponte para lugar nenhum, o hospital para ninguém, a estrada sem fim, a esquadra sem dotação orçamental, a obra sem terreno. Não vale a pena ser mais explícito e dar exemplos mais individualizados. Vivemos durante muito tempo neste tormento. Hoje não é assim. Melhor, nos últimos anos não tem sido assim. Sabem todos os cidadãos de Coimbra o que está realizado e o que está em curso. Nem tudo, se calhar. Há coisas que nos escapam. Há, porém, declarações infelizes, instilação de dúvidas, imputação de falsas intenções, que nos preenchem os dias e se repetem nos órgãos de comunicação social. Cada um actua como quer e não perderei tempo com isso. A minha atitude é de saudável intuito construtivo. Não quero que a minha terra fique para trás, não tolero que fique prejudicada, não gosto que tentem enrolar a mentira empapel de prata. Recordo–me que alguém contestou meses atrás a verdade do início da construção do Hospital Pediátrico. Quando vierem do Penedo da Meditação para a rotunda da Fucoli terão a oportunidade de observar, do lado direito, a enorme movimentação de terras que está a ocorrer. A obra segue em bom ritmo. Mas também me vem à memória a afirmação de que nunca mais conseguiria o lançamento de obras essenciais há muito prometidas. Se se deslocarem à Ponte da Portela e olharem para a direita, ou se se dirigirem ao Pólo II e olharem em frente, verão a obra de ligação entre as Pontes Rainha Santa e da Portela. Já se notam os postes de iluminação na estrada Bencanta/Arzila. Dentro de pouco tempo será perceptível a obra de ligação entre a Ponte Rainha Santa Isabel e a Cruz dos Morouços. É um facto que o concurso público para o IC2 Sul está lançado. Tenho a experiência necessária para perceber que nem tudo pode ser feito ao mesmo tempo, que devem ser definidas prioridades. Uma coisa é isto, outra é tentar construir uma floresta de enganos. Soube pelos órgãos de informação que o Senhor Ministro das Obras Públicas tem intenção de anular o concurso do metro Mondego. Entendo este comportamento um erro aberrante. Nunca, como agora, temos um concurso tão seriamente estruturado. Nunca, como agora, houve tanto trabalho sério feito. Se o problema é o da ligação a Serpins, ou se o problema é o receio das alternativas tecnológicas a apresentar pelos concorrentes, há alterações juridicamente admissíveis que podem tornear essa dificuldade. Agora, se o problema é impor, por razões políticas ou financeiras não confessadas, uma decisão a Coimbra, não contem comigo. Coimbra é um elemento essencial a esta solução. Dela depende a sua viabilidade económica futura pelo equilíbrio entre percursos com grande potencial de procura, que no seu seio gera, e percursos de procura reduzida que se situam em áreas suburbanas ou com origem noutros concelhos. Se quiserem inventar questões sobre o atravessamento de Coimbra, depois de tantas discussões e estudos técnicos elaborados, também devo confessar que preenchem folhas de jornais mas não impressionam. Digam a verdade, se quiserem. Digam que não há dinheiro. Expliquem que a electrificação da linha da Lousã é um mito e um verbo de encher. Não alimentem expectativas. E se querem soluções radicais declarem o fim do projecto do metro Mondego que tanto me acusaram de não querer. Eu não cedo na defesa dos interesses de Coimbra. E não se preocupem em fazer mais ruído. Toda a gente já percebeu o que se passa.
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